A "linha mestra" é um termo usado para descrever a prática de instalar uma única linha elétrica principal que fornece energia para várias unidades ou dispositivos em uma instalação elétrica. Embora possa parecer uma solução conveniente e econômica, a utilização de uma "linha mestra" pode acarretar diversos problemas e perigos.
Um dos principais problemas de se utilizar uma "linha mestra" é o risco de sobrecarga elétrica. Ao conectar vários dispositivos em uma única linha, a demanda de energia pode exceder a capacidade da linha, levando a uma sobrecarga. Isso pode resultar em aquecimento excessivo dos fios, danos aos equipamentos e, em casos mais extremos, incêndios. Além disso, a sobrecarga pode levar à interrupção do fornecimento de energia para todas as unidades conectadas à "linha mestra", causando inconveniência e interrupção nas atividades.
Outro perigo associado ao uso de uma "linha mestra" é a falta de proteção individual dos dispositivos conectados. Ainda que se dimensione um condutor para a “linha mestra” que suporte toda a carga da instalação, os ramais de derivação são feitos com cabo mais fino, e esses ficarão desprotegidos, já que o disjuntor geral é calculado para atender à corrente da linha mestra. Caso a sobrecarga aconteça no circuito derivado, o disjuntor não irá desarmar e os riscos se agravam exponencialmente.
Além disso, a "linha mestra" pode representar um risco de segurança, uma vez que não é possível desligar os circuitos separadamente. Em certas situações se faz necessário desligar apenas um circuito, como quando há algum problema no seu funcionamento. Nesse caso se mantém os demais funcionando para que se possa usar a energia elétrica. Mas se tratando de uma linha mestra, ou se desliga tudo ou não se desliga nada.
A mesma razão pela qual a “linha mestra” pode afetar a segurança, vale para a redução do conforto de quem utiliza a instalação. Quando ocorre um problema em um dispositivo ou unidade, é necessário desligar toda a linha para resolver o problema, impossibilitando o uso de qualquer aparelho elétrico, muitas vezes por um tempo prolongado. Além disso, a identificação do ponto exato da falha pode ser difícil, já que todos os dispositivos estão conectados à mesma linha.
Por fim, a "linha mestra" limita a flexibilidade e a escalabilidade da instalação elétrica. Se novos dispositivos ou unidades precisarem ser adicionados, será necessário redesenhar e reconfigurar toda a "linha mestra". Isso pode ser caro e demorado, além de exigir a interrupção do fornecimento de energia durante o processo. Em contraste, uma abordagem com linhas separadas para cada unidade permite maior flexibilidade na expansão e manutenção do sistema.
Em resumo, embora a utilização de uma "linha mestra" possa parecer uma solução conveniente e econômica para instalações elétricas, os problemas e perigos associados superam os benefícios. A sobrecarga elétrica, a falta de controle individual, os riscos de segurança, as dificuldades na manutenção e reparo, bem como a limitação da flexibilidade e escalabilidade, são todos aspectos negativos que tornam o uso da "linha mestra" desaconselhável. É recomendado adotar abordagens com linhas separadas para cada unidade, garantindo maior segurança, eficiência e facilidade na gestão das instalações elétricas.