Quando acontece um acidente aéreo, o CENIPA realiza uma investigação com o objetivo de entender as causas e criar meios para que não volte a acontecer. A sigla "CENIPA" significa Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, e trata-se de um órgão da Força Aérea Brasileira (FAB). Diferente da investigação da polícia, que tem por objetivo responsabilizar os culpados, essa investigação busca somente identificar o que aconteceu de errado para evitar que aconteça novamente, e é nela que o profissional da elétrica precisa se basear.
Diversas causas podem levar a uma falha em um circuito elétrico, e investigar os fatores que contribuíram para este incidentes ou acidente é fundamental para evitar que volte a acontecer.
O arco elétrico: A principal causa de incêndios em instalações fotovoltaicas
O arco elétrico, ou arco voltaico, é um dos grandes vilões em sistemas fotovoltaicos. Ele ocorre especialmente devido à alta tensão operada nesses sistemas. Por ser mais difícil de extinguir nos circuitos com tensão contínua, o arco voltaico se torna ainda mais perigoso. Para mitigar esse risco, o Inmetro passou a exigir que inversores fotovoltaicos tenham um dispositivo de detecção e interrupção de arco elétrico, o AFCI.
Acontece que essa medida foi aprovada na metade de 2024 e passou a valer somente no final do ano, então inversores comercializados antes disso, em sua grande maioria, não possuem tal proteção. Mesmo os modelos das marcas mais renomadas como Growatt, WEG e Huawei, tiveram que ser atualizados para continuar no mercado, pois não possuiam o AFCI. Este dispositivo é crucial para a segurança e não deve ser negligenciado, mesmo representando um aumento no custo.
O papel do DPS (Dispositivo de Proteção contra Surto)
Outro ponto crítico em instalações fotovoltaicas é o DPS, que protege contra surtos de tensão, como em descargas atmosféricas, seja no circuito CA ou CC. Acontece que não basta instalar o DPS para proteger o circuito contra os surtos, se faz necessário também que seja executada uma proteção contra o curto circuito fechado pelo DPS. Quando o DPS é acionado, ele fecha um circuito com a terra, prevenindo que surtos causem danos aos equipamentos. Se não houver proteção para que esse circuito seja interrompido, a corrente irá se elevar e pode provocar problemas. Além disso, o DPS precisa ser corretamente dimensionado para diminuir o risco de falhas.
A importância da investigação em falhas simples
Falhas em sistemas fotovoltaicos, embora muitas vezes pareçam simples, podem ter causas profundas. Às vezes, um simples componente queimado pode ser apenas o sintoma de uma instalação mal executada, ou de um desajuste na utilização dos equipamentos. Investigar o que de fato causou o problema é essencial para evitar maiores danos e prejuízos. Situações simples, como um painel de comando queimado, podem ser corrigidas com uma análise detalhada, evitando que o problema se agrave.
Conclusão: Não ignore os sinais de falhas elétricas
A negligência em relação aos sinais de falhas elétricas – como um cheiro de queimado ou um mau contato – pode resultar em falhas graves, incluindo incêndios ou a queima de componentes essenciais. Em instalações fotovoltaicas, a falta de investigação adequada de falhas pode levar a grandes prejuízos. Portanto, a mensagem principal é: sempre investigue as causas das falhas, mesmo em situações simples. A prevenção é a chave para garantir a segurança de todo o sistema elétrico.
A segurança e a eficiência das instalações elétricas, incluindo os sistemas fotovoltaicos, dependem do conhecimento e da atenção aos detalhes. A investigação das causas das falhas, a escolha correta de dispositivos de proteção e o dimensionamento adequado dos componentes são essenciais para evitar acidentes e garantir a operação segura e eficiente dos sistemas.
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