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Classe de Disparo: o que é, como escolher e como calcular o tempo de atuação

Postado em 18 de setembro de 2025

Entre os diversos parâmetros que envolvem a proteção de motores elétricos, a classe de disparo é um dos mais importantes e, ao mesmo tempo, pouco conhecidos. Muitos eletricistas e técnicos já lidam diariamente com relés de sobrecarga, disjuntores motores ou soft starters, mas nem sempre sabem de fato o que significa a classe configurada e como ela impacta o funcionamento do sistema.

A seguir, vamos explorar o que é a classe de disparo, quais as diferenças entre as principais classes, como escolher a mais adequada para cada aplicação e até como calcular o tempo de atuação em caso de sobrecarga.

O que é a classe de disparo?

A classe de disparo define o tempo que o dispositivo de proteção levará para atuar diante de uma determinada sobrecarga no motor. Em outras palavras, é o parâmetro que determina quanto tempo o motor pode permanecer operando em condição anormal antes que ocorra o desligamento automático.

Esse conceito aparece em diferentes equipamentos, como: relé térmico de sobrecarga, disjuntor motor, soft starter (em alguns modelos, como os da Brasiltec, é possível até personalizar a classe). Por padrão, muitos dispositivos vêm configurados na classe 10, que é a mais comum no mercado. No entanto, existem diversas opções, desde a classe 1 (extremamente rápida) até a classe 30 (muito mais lenta).

Diferença entre as classes

Cada classe está associada a um tempo de disparo para sobrecargas múltiplas da corrente nominal do motor. Quanto menor a classe, maior a sensibilidade, ou seja, o desligamento acontece mais rápido.

Classe 1: extremamente rápida, indicada para motores que não podem suportar sobrecargas por mais que alguns segundos.

Classe 10: considerada padrão, atende à maior parte das aplicações industriais.

Classe 20 e 30: menos sensíveis, recomendadas para motores que trabalham com cargas de alta inércia ou que apresentam picos transitórios de corrente aceitáveis.

Por exemplo, diante de uma sobrecarga de quatro vezes a corrente nominal: na classe 1, a atuação pode ocorrer em cerca de 2 segundos; já na classe 30, o tempo pode se estender para 70 segundos ou mais. A diferença é enorme e mostra a importância de escolher corretamente a classe, equilibrando proteção e continuidade de operação.

Como escolher a classe de disparo correta?

A decisão depende de dois fatores principais, e um deles é a capacidade do motor de suportar sobrecargas. Se for um motor sensível, não faz sentido utilizar uma classe alta, pois ele poderia queimar antes da proteção atuar. Outro fator é o tipo de carga acoplada. Máquinas de alta inércia, como picadores de madeira ou britadores, podem apresentar correntes elevadas durante longos períodos de partida ou operação intermitente. Nesses casos, uma classe muito baixa resultaria em disparos constantes e desnecessários.

A regra prática é começar pela classe 10, que costuma atender a maioria das situações. Se houver disparos indesejados, é possível testar uma classe mais lenta, como 20. Já se a aplicação exigir máxima proteção, pode-se reduzir para classe 5 ou até classe 1.

Entendendo o gráfico das curvas de disparo

As curvas de disparo são normalmente apresentadas em gráficos que relacionam tempo (em segundos) com nível de sobrecarga (múltiplo da corrente nominal). O eixo horizontal mostra quantas vezes a corrente nominal o motor está consumindo. O eixo vertical mostra o tempo (escala logarítmica) até a proteção atuar.







Comparando duas curvas — classe 1 e classe 30 — percebe-se o contraste: enquanto a primeira desarma quase instantaneamente diante de uma sobrecarga severa, a segunda tolera a condição por muito mais tempo.

Como calcular o tempo de atuação

Embora as tabelas de fabricantes tragam valores de referência, também é possível calcular o tempo de disparo com uma fórmula. O tempo 𝑇 em segundos pode ser estimado por:



Onde:

"Classe" é o número da curva escolhida (ex.: 10, 20, 30);

"𝐼" é a corrente medida no momento;

"𝐼𝑛" é a corrente nominal do motor.

Exemplo prático:

Um motor com corrente nominal de 20A está operando com 100A (ou seja, 5 vezes a nominal). Para a classe 10:



Ajustes em Soft Starters

Nas soft starters modernas, como as da Brasiltec, a configuração é feita pelo parâmetro F14, onde o usuário escolhe a classe desejada entre 1 e 30. O parâmetro F27 permite ainda habilitar ou desabilitar a falha por sobrecarga. Isso oferece grande flexibilidade, pois é possível adaptar a proteção de acordo com a aplicação real, algo que não acontece em relés ou disjuntores motores convencionais, que possuem curvas fixas.

Conclusão

A classe de disparo é um conceito fundamental para quem trabalha com motores elétricos. Saber o que ela significa, como interpretá-la e, principalmente, como configurá-la corretamente pode fazer a diferença entre uma proteção eficaz e uma falha que leve à queima do motor.

O segredo está em encontrar o equilíbrio: uma classe muito sensível pode gerar paradas desnecessárias, enquanto uma classe muito lenta pode não proteger adequadamente.

Por isso, é essencial considerar tanto as características do motor quanto as particularidades da carga. Ao compreender esse tema, o eletricista industrial ganha mais controle sobre a confiabilidade da instalação e aumenta a vida útil dos equipamentos.




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